2º episódio da série Diálogos RHMED|RHVIDA: Protocolos em tempos de pandemia e cultura de saúde nas empresas

A experiência de quem enfrentou com rigoroso planejamento a pandemia sem suspender suas atividades – nem mesmo as presenciais – e as orientações de quem ajuda empresas a se organizar no enfrentamento de situações de risco. Esse foi o panorama do segundo episódio da série “Diálogos RHMED|RHVIDA”, nessa quarta-feira (08/07).  Elizeu Lucena, diretor de Saúde de Segurança, Meio Ambiente e Seguros do Carrefour Brasil, e Carlos Eduardo Meneses, gerente de Segurança do Trabalho da RHMED|RHVIDA, falaram sobre protocolos, boas práticas na gestão de risco, aprendizado e expectativas para a retomada da economia.

Coube, mais uma vez, ao CEO da RHMED|RHVIDA, Antonio Martin, mediar o debate “Cultura de saúde e segurança e as boas práticas em tempos de pandemia”, transmitindo perguntas da audiência e chamando atenção para a importância de cuidar das pessoas: “Só num ambiente verdadeiramente saudável nas empresas e no seu entorno, temos prosperidade”, disse já na abertura da webinar.

Antonio lembrou que, durante um curso feito em Harvard, o professor perguntou aos alunos se acreditavam que o CEO de um cruzeiro marítimo deveria se preocupar com a saúde de seus colaboradores em alto-mar. “Imagino que, se levantada hoje, essa questão teria um peso totalmente diferente. Hoje não há mais dúvidas de que os CEOs não podem prescindir dos cuidados com a saúde em hipótese alguma. Ninguém considera mais viver num ambiente com acidentes de trabalho, perda de saúde e óbitos. Todos – colaboradores, clientes e parceiros –  querem trabalhar mais com empresas que tenham práticas positivas”, comentou.

Elizeu Lucena falou sobre a complexidade de lidar com o trabalho ininterrupto em 650 unidades do Carrefour no país, com mais de 80 mil pessoas alocadas em diferentes operações. “Foi complexo e exigiu planejamento e dinamismo”, ressaltou. Segundo ele, a saúde, que já era uma prioridade, passou a decidir questões estratégicas da empresa. “Como é forte nossa atuação na Europa, ligamos o alerta aqui no Brasil já no começo da pandemia, sempre com a esperança de que não passaríamos pela mesma situação, com a mesma gravidade. Infelizmente, não foi possível. Mas, quando a doença chegou por aqui, já tínhamos informações reunidas para cuidar de nossos colaboradores e clientes”, lembrou.

De acordo com Elizeu, a agilidade nas decisões e na execução fez a diferença. “No fim de fevereiro, com o primeiro caso no Brasil, já sabíamos que era possível monitorar nossos colaboradores e de que forma ajustar as operações. Precisávamos dos nossos funcionários saudáveis e também que o cliente tivesse segurança e confiança em nossas unidades”, recordando que o Carrefour foi um dos primeiros a adotar protetores de acrílico, álcool gel e máscaras.

Tecnologia a serviço da segurança nas empresas

A tecnologia foi destacada por Elizeu como um grande ganho em meio à crise. De acordo com o diretor, o trabalho remoto e as soluções digitais vieram para ficar. “Haverá, obrigatoriamente, uma revisão de processos, como capacidade de ocupação das unidades, padrão ultravioleta para higienização do produto, conferência de temperatura corporal de funcionários e clientes à entrada das unidades, entre outras”. Disse ainda que, em determinados locais, como no Piauí, a testagem dos colaboradores se tornou obrigatória. “O importante é priorizar a saúde das pessoas, com isolamento imediato e monitoramento dos funcionários sintomáticos”.

Carlos Eduardo Meneses concordou que o monitoramento feito pelas empresas cria um ambiente de segurança, principalmente na retomada.  “Nossas equipes estão  ajudando a conceber, estruturar e executar os planos de retomada das empresas de diferentes portes e setores de atividade. O cuidado com o colaborador deve regrar a retomada, além de manter o olhar nas relações sociais e rotina que ele tem fora da empresa”, afirmou.

Ele defendeu  que o trabalho deve ser desenvolvido em pilares relacionados a pessoas, engenharia, protocolos e controle. “O principal pilar são as pessoas. Temos também a tecnologia, que deve estar voltada não só à prevenção, mas à operação, ao dia a dia em tempos de pandemia. É importante checar o quanto o que foi planejado está alinhado à realidade. O mapeamento de risco é super importante”, resumiu.

Carlos disse que se trata de um trabalho rico em detalhes, com o braço técnico da operação e várias outras áreas atuando juntos. E acrescentou: “Os planos de contingência – com criação de comitês e equipes multidisciplinar, de fato, ajudam a gerar formas eficazes de mitigar riscos. Com o tempo, os procedimentos farão parte da cultura da empresa, serão automáticos. Mas, mesmo assim, precisam ser controlados e analisados permanentemente. As coisas mudam rapidamente”, lembrou.

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