Como combater as fake news no ambiente de trabalho?

A prevenção de acidentes e doenças causadas pela rotina laboral não deve ser o único aspecto observado. Os tempos digitais trouxeram a reboque o fenômeno das fake news. Que têm potencial para afetar o bem-estar dos colaboradores e até mesmo respingar na imagem e na reputação de empresas. Não são apenas as fofocas internas em canais digitais. Mas, informações externas sobre temas delicados, que mexem profundamente com a psique e as relações interpessoais.

Cada organização tem seus próprios códigos internos, permitindo ou não o uso das redes sociais durante o expediente. Mas a verdade é que grande parte da comunicação corporativa se faz atualmente por meio de WhatsApp. Mesmo o Facebook e o Instagram funcionam, muitas vezes, como ferramentas profissionais. Sem contar que o funcionário já chega para a jornada de trabalho “contaminado” por informações nocivas e infundadas.

Então, já parou para pensar se sua empresa está preparada para lidar com essa situação?

 Empresas estão atentas. Mas preocupação apenas não basta

Recente estudo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) revela que, apesar de 85% dos executivos estarem inquietos com o avanço das fake news, apenas 20% declaram saber dimensionar e administrar os efeitos das notícias falsas em suas empresas. Com participação de 52 organizações, tanto nacionais quanto multinacionais, a pesquisa mostrou que 67% das corporações não incluem as fake news em temas estratégicos e apenas 20% se motivaram a formar um departamento ou contratar serviços externos para acompanhá-las.

Entre os principais impactos das fake news citados na pesquisa estão os danos à reputação da marca. Danos que, não raramente, podem resvalar em perdas ao patrimônio da empresa. Fake news sobre gestores ou funcionários das empresas ou ainda em relação à situação da organização no mercado também deflagram sensação de desequilíbrio e insegurança.

Hora de identificar e mitigar riscos

A RHMED|RHVIDA recomenda sempre a prevenção como aliada para encarar qualquer problema. O diálogo entre gestores e equipes é o primeiro passo. Deve existir um canal interno, ágil e confiável, capaz de transmitir informações corretas, sanar dúvidas e disseminar tranquilidade no ambiente de trabalho. É importante também que os líderes diretos estejam abertos ao diálogo e disponíveis para esclarecer dúvidas. Os funcionários precisam se sentir seguros e respaldados pela corporação na qual trabalham.

A rotina de circulação de informações relevantes às equipes sempre cria um ambiente de segurança. Elas sabem que têm acesso a informações confiáveis e que podem recorrer aos seus superiores para quaisquer esclarecimentos.  Não basta se preocupar somente com as questões internas, como fofocas ou mal-entendidos, mas com questões mais amplas que possam repercutir na saúde da empresa. Exemplos: as notícias falsas sobre as contraindicações de vacinas, alimentos contaminados ou alertas infundados sobre arrastões nas imediações, entre outros.

Engajamento da equipe legitima prevenção

Para evitar ambientes tóxicos, incentivar as relações interpessoais entre funcionários traz resultados promissores. Eventos conjuntos, dinâmicas, disputas esportivas, almoços, enfim, atividades que valorizam a proximidade e o contato humanos. Palestras e discussões sobre questões da atualidade, como tolerância, diversidade, saúde etc, podem agregar sentimentos positivos às equipes.

Engajar as famílias dos colaboradores no processo também pode fazer parte da estratégia. Mostrar em palestras ou encontros como identificar notícias falsas e a importância de não repassá-las é uma contribuição, em médio e longo prazo, para a saúde da empresa e da sociedade em geral. Também é importante fazer com que os colaboradores percebam os malefícios de, mesmo fora do ambiente de trabalho, fazer ou compartilhar comentários levianos sobre colegas ou a empresa em que trabalham nas redes sociais.

Pessoas bem informadas e seguras são peças-chave na manutenção do bem-estar de qualquer ambiente de trabalho e no crescimento das empresas.